A prostatectomia radical é uma cirurgia que envolve a remoção completa da próstata e das vesículas seminais, sendo um dos principais tratamentos para o câncer de próstata localizado. Essa intervenção é altamente complexa e, portanto, indicada em situações específicas.
Ao longo deste conteúdo, venho falar sobre critérios que levam à indicação dessa cirurgia, suas vantagens, desvantagens e alternativas.
Indicações da prostatectomia radical
A prostatectomia radical é geralmente indicada em pacientes com câncer de próstata localizado, ou seja, quando o tumor está confinado à próstata e não há evidências de metástase. Entre os principais critérios para a indicação, estão:
- Estágio do câncer: pacientes nos estágios T1 e T2 (quando o câncer está restrito à próstata) são os principais candidatos. Em alguns casos, pacientes no estágio T3 (quando o câncer começa a se espalhar para fora da próstata) podem ser considerados, dependendo de fatores específicos.
- Expectativa de vida: a cirurgia é mais indicada para pacientes com expectativa de vida de pelo menos 10 anos. Isso se deve ao fato de que os benefícios a longo prazo da cirurgia superam os riscos e complicações potenciais.
- Saúde geral do paciente: pacientes em boa saúde geral, que podem tolerar uma cirurgia maior, são candidatos ideais. Condições pré-existentes como doenças cardíacas graves, problemas respiratórios ou outras condições que aumentam o risco cirúrgico podem contraindicar a operação.
- Nível de PSA e escore de gleason: os níveis de PSA (antígeno prostático específico) e o escore de gleason, que avaliam a agressividade do câncer, são fundamentais para a decisão. Pacientes com PSA elevado e escore de gleason alto são geralmente considerados para a cirurgia.
Vantagens e desvantagens
Como qualquer procedimento médico, a prostatectomia radical tem suas vantagens e desvantagens, que devem ser cuidadosamente ponderadas.
Vantagens:
- Curabilidade: para pacientes com câncer localizado, a prostatectomia radical oferece uma alta taxa de cura.
- Controle do câncer: a remoção total da próstata pode proporcionar um controle efetivo da doença, reduzindo o risco de recorrência.
Desvantagens:
- Complicações cirúrgicas: como qualquer cirurgia, há riscos de complicações, incluindo sangramento, infecção e reações adversas à anestesia.
- Efeitos colaterais: a cirurgia pode resultar em incontinência urinária e disfunção erétil, que podem ser temporários ou permanentes.
Alternativas à prostatectomia radical
Para pacientes que não são candidatos ideais para a prostatectomia radical ou que preferem opções menos invasivas, existem alternativas que podem ser consideradas:
- Radioterapia: pode ser usada como tratamento primário ou adjuvante, oferecendo controle eficaz do câncer com menores riscos de incontinência e disfunção erétil em comparação com a cirurgia.
- Terapia focal: Inclui técnicas como a crioterapia e a terapia de ultrassom focado de alta intensidade (HIFU), que visam tratar apenas a área afetada pelo câncer.
- Vigilância ativa: para cânceres de baixo risco, essa abordagem envolve o monitoramento cuidadoso e regular do câncer, com intervenções apenas se houver progressão da doença.
- Terapia hormonal: usada principalmente para cânceres mais avançados ou como complemento a outras terapias, reduz os níveis de hormônios que alimentam o crescimento do câncer.
A decisão de realizar uma prostatectomia radical deve ser tomada após uma avaliação cuidadosa dos benefícios e riscos, considerando a saúde geral do paciente, o estágio e a agressividade do câncer, bem como as preferências pessoais. Consultar-se com um urologista experiente é essencial para obter um diagnóstico preciso e um plano de tratamento personalizado.